Hoje a principal revolução científica é a nanotecnologia, que explora o mundo dos átomos. Ela permite manipular estruturas muito pequenas, possibilitando a criação de novas substâncias, materiais ou produtos que até pouco tempo atrás seriam inconcebíveis, como tecidos que nunca mancham, colas superpoderosas, vidros inquebráveis, materiais ultra-resistentes... As pesquisas rumo ao desenvolvimento de novos nanoprodutos seguem a todo vapor, embora pouco saibamos sobre a ação das deles no organismo humano e no meio ambiente.
O tema tem motivado uma grande discussão na comunidade científica entre pesquisadores que superestimam os impactos negativos, os que supervalorizam seus benefícios e os comedidos. Pesquisadores da Rede de Pesquisa em Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente (Renanosoma) estão promovendo no Brasil, ao longo deste ano, um projeto com debates visando discutir sobre as implicações decorrentes desse novo saber e mostrar à sociedade.
Essas microestruturas têm um tempo de vida longo no meio ambiente, podendo ser rapidamente absorvidas por organismos e retornar ao homem pela cadeia alimentar. Alguns tecidos desenvolveram tumores após submetidos à ação de nanopartículas.
Algumas delas podem até ser mutagênicas, além de poderem alterar a população microbiana das águas e florestas. Há pontos positivos como as nanopartículas de prata, por exemplo que podem ser utilizadas, com fiscalização, para minimizar infecções hospitalares. Os leitores de CD-Rom levam arsênio, elemento venenoso, em sua composição mas mas não é proibido na indústria de computadores. Basta termos cuidado ao trabalhar com ele.
As tecnologias de ponta que surpreenderam a humanidade nas últimas décadas foram marcadas por um desenvolvimento acelerado com pequeno período de experimentação. Muitas dessas ganham rapidamente os mercados supervalorizando seus benefícios e ignorando os riscos, como com os transgênicos .
Deveríamos direcionar nossas tecnologias para suprir nossas próprias necessidades e a população excluída, e não só para os países desenvolvidos que possuem mercado para comprá-las. Nas últimas décadas surgiram tecnologias poderosas, porém as desigualdades sociais cresceram de forma assustadora.
Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/126813
Postado por: Christian Darius
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário